A declaração do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao Valor Econômico desta quinta-feira (16), de que não tem compromisso com uma eventual candidatura de José Serra (PSDB) em São Paulo, surpreendeu negativamente os integrantes do partido aliado. Diante do cenário de tentativa de convencimento do ex-presidenciável para evitar a perda do comando da principal cidade do país para o PT, o ex-comandante nacional do Democratas negou haver qualquer acordo com os tucanos. “Não existe alinhamento automático nosso com o PSDB em nenhum lugar do Brasil. O Serra é candidato? Ok. Mas não podemos montar uma estratégia de um jeito e de repente ela ruir", disparou Maia. A estratégia montada pela cúpula nacional tucana, estimulada pelo próprio senador Aécio Neves (MG), de acordo com o jornal, seria persuadir Serra de que seria melhor para a legenda se ele enfrentasse o desafio de voltar a disputar o Executivo da capital paulista, para não ficar enfraquecido na sucessão do Palácio do Planalto em 2014. A meta seria estimular os atuais pré-candidatos do grupo a desistir da candidatura e reaproximar o atual gestor da cidade, Gilberto Kassab (PSD), que já recebeu uma carta de apelo a criação de uma aliança entre PSDB e PSD. Nesta quarta (15), o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), almoçou com os deputados federais tucanos Walter Feldmann (SP), Vaz de Lima (SP) e o líder da bancada, Bruno Araújo (PE) para estabelecer as principais frentes da nova tática. Para tentar amenizar a resistência do DEM, na véspera, um jantar entre parlamentares democratas e tucanos foi realizado, inclusive com a presença do baiano ACM Neto. Todos avaliaram como importante a participação de Serra na eleição paulistana. O problema é que o DEM está fechado com Aécio em 2014 e exige que o pleito do maior colégio eleitoral do país não seja usado como trampolim para fazer o próximo presidente da República.